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Dólar já subiu 21% face ao euro em quatro meses apesar da crise nos EUA
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Dólar já subiu 21% face ao euro em quatro meses apesar da crise nos EUA
18/11/08, 14:55
OJE/Lusa
O dólar tem-se fortalecido contra o euro, tendo ganho 21% em quatro meses, apesar de os EUA estarem no centro da crise financeira e económica e das baixas taxas de juro da Reserva Federal.
Desde o início do ano (valia 1,484 dólares) e até meados de Julho, a moeda única esteve a subir contra o dólar, batendo sucessivos máximos históricos (máximo nos 1,599 dólares, a 14 de Julho). No entanto, desde Julho manteve uma trajectória de queda rápida, encontrando-se agora em mínimos de dois anos e meio, perto dos 1,26 dólares.
Entre Janeiro e hoje, a moeda única recuou 14%.
Esta tendência verificou-se apesar da taxa de referência da Fed se encontrar em 1,0%, abaixo dos 3,25% da taxa do Banco Central Europeu (BCE) e numa altura em que os EUA são o centro da crise financeira e económica. As taxas dos bancos centrais são uma medida da remuneração das moedas, já que influenciam as taxas de juro de mercado das economias e, por isso, dos depósitos.
José Maria Brandão de Brito, analista do BCP, nota que a história recente da apreciação do euro se mostrou "excessiva", pois assentava na expectativa de que a Zona Euro fosse marginalmente afectada pelo abrandamento económico dos EUA.
"Hoje não se sabe se a situação na Zona Euro é pior do que a dos EUA", referiu Brandão de Brito, o que provocou a queda "abrupta" no euro.
A "alteração radical" do discurso do presidente do Banco Central Europeu e os cortes de taxas a partir de Outubro, também ajudaram a retirar força ao euro, segundo o mesmo analista.
A valorização do dólar prova que os EUA "são a potência económica do mundo" e que "o dólar continua a ser o pilar" do mercado cambial, segundo Brandão de Brito.
A sua força é justificada pelo repatriamento de capitais, com o fecho de posições de maior risco, e pelo reconhecimento de que a crise não é, afinal, só americana, acrescentou o mesmo analista.
Filipe Garcia, administrador da Informação de Mercados Financeiros (IMF), é de opinião semelhante: "a queda do euro tem a ver com a aversão ao risco e com o repatriamento de capitais".
Com a crise financeira e toda a instabilidade nos mercados, os investidores começaram a preferir activos com menos risco e mostraram, por exemplo, que continuam a gostar mais de títulos do Tesouro norte-americano do que os da União Europeia, segundo Filipe Garcia.
Além disso, em situações de crise, com maiores necessidades de liquidez, é normal que os grandes investidores mundiais (EUA e Japão) vendam activos que têm no estrangeiro porque precisam de dinheiro "em casa".
Esses investidores têm estado a trocar outras moedas por dólares, para trazerem o dinheiro para os EUA, pressionando a procura de moeda e, assim, aumentando o seu preço, notou o responsável da consultora financeira IMF.
In [url=http://www.oje.pt/noticia.aspx?channelid=52A86FC2-5A12-4417-B6C6-3076DA16D2B7&contentid=4270851A-F459-47E6-A6D4-D57C2CDF6FAF]Oje[/url]
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Fed deverá cortar juros para 0% devido ao risco de deflação
A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos deverá provavelmente cortar as taxas de juro para 0% nos próximos dois meses para travar a deflação, acreditam os economistas do JPMorgan Chase & Co.
Numa nota divulgada ontem aos investidores, citada pela agência Bloomberg, o economista da JPMorgan, Michael Feroli, prevê que a autoridade monetária liderada por Ben Bernanke cortará os juros em 50 pontos base em cada uma das próximas duas reuniões agendadas para 16 de Dezembro e 28 de Janeiro.
A mesma fonte acrescenta que a Fed deverá deixar os juros em 0% durante 2009 para prevenir a espiral de queda de preços enquanto as empresas cortam postos de trabalho e as instituições financeiras reduzem os empréstimos, reprimindo o consumo.
O economista do JPMorgan adianta, ainda, que ao cortar a taxa de juro dos actuais 1% para os 0%, a Fed não vai esgotar as suas ferramentas, pois esta pode tornar-se “mais agressiva” ao adquirir a dívida da Fannie Mae, Freddie Mac e outras empresas de financiamento de hipotecas.
“A via da menor resistência poderia ser a Fed primeiro comunicar aos mercados que a natureza dos actuais tumultos económicos deverá manter as taxas de juro baixas por um período prolongado”, afirmou Feroli.
O banco central norte-americano poderá não ser o único a oferecer dinheiro grátis, depois do Banco do Japão ter descido o preço do dinheiro para 0,3% no mês passado e do Banco Central Europeu (BCE) ter assinalado que está preparado para novos cortes após duas descidas de 50 pontos base em menos de um mês.
Ontem, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos anunciou que a taxa de inflação registou a maior queda desde que começou a ser calculada, em 1947. Outubro foi marcado por uma descida de 1% da inflação face ao mês anterior, uma queda que superou as expectativas.
Também ontem foram divulgadas as minutas da última reunião da Fed que apontavam que a autoridade monetária admite voltar a reduzir a taxa de juro nas próximas reuniões, considerando que novas alterações podem ser “apropriadas” face à actual conjuntura.
Por outro lado, a Fed reviu em forte baixa, nas mesmas minutas, as estimativas para o crescimento económico do país, sendo que, para 2009, as estimativas variam entre uma contracção de 0,2% e uma expansão de 1,1%. A autoridade considera que as perspectivas económicas “pioraram significativamente” desde Junho fruto da crise financeira.
A confirmarem-se os novos cortes os EUA terão pela primeira vez juros abaixo de 1%.
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Dólar já subiu 21% face ao euro em quatro meses apesar da crise nos EUA
